A Saúde Mental dos Adolescentes em um Panorama da OMS

Adolescentes © Anna Shvets/Pexels

A adolescência é uma fase crucial que influencia toda a vida, moldando não apenas o presente, mas também o futuro das pessoas. Embora a maioria dos adolescentes desfrute de boa saúde mental, fatores como exposição à pobreza, abuso de substâncias e violência podem torná-los vulneráveis a problemas de saúde mental. Promover o bem-estar psicológico dos adolescentes e protegê-los contra esses fatores de risco é essencial para a construção de uma sociedade melhor e mais justa para todos. 

A saúde mental dos adolescentes em números:

  • Um em cada seis indivíduos no mundo é adolescente (10 a 19 anos)
  • Condições de saúde mental respondem por 16% da carga global de doenças e lesões nessa faixa etária.
  • Metade de todos os problemas de saúde mental tem início aos 14 anos, mas muitos casos não são diagnosticados ou tratados.
  • Depressão e suicídio são as maiores preocupações, sendo a depressão uma das principais causas de doença e incapacidade entre adolescentes, e o suicídio a terceira principal causa de morte entre os que têm entre 15 e 19 anos.

Determinantes de saúde mental

Hábitos como sono adequado, alimentação saudável e exercícios regulares são fundamentais para a saúde em geral, e muitos adolescentes brasileiros não têm acesso a esses fatores básicos, determinantes para a saúde. É claro que isso influencia a saúde mental.

Condições precárias de vida, violência, discriminação e falta de acesso a direitos básicos como saneamento, escola e postos de saúde, minam a dignidade humana e aumentam o risco de problemas de saúde mental. Além disso, fatores típicos da adolescência como busca por autonomia, pressão dos pares, acesso e uso de tecnologias, desempenham papéis cruciais na saúde mental destes jovens em desenvolvimento. 

Condições de saúde mental em adolescentes

  • Estima-se que globalmente, entre 10% e 20% dos adolescentes enfrentem problemas de saúde mental, muitas vezes sem diagnóstico ou tratamento adequado devido à falta de conscientização ou ao estigma associado.
  • Transtornos emocionais, como depressão e ansiedade, frequentemente se desenvolvem durante a adolescência, afetando o humor, comportamento e saúde física dos jovens.
  • Transtornos comportamentais na infância, como hiperatividade e desatenção, podem persistir na adolescência, influenciando negativamente a educação e interações sociais dos adolescentes.
  • Transtornos alimentares como anorexia nervosa e bulimia nervosa, afetam predominantemente as mulheres adolescentes, com graves consequências para a saúde física e mental.
  • Transtornos psicóticos, embora menos comuns, representam um desafio significativo, afetando a percepção da realidade e o funcionamento diário dos adolescentes.
  • O suicídio é uma das principais causas de mortalidade entre adolescentes, com fatores como abuso de substâncias, desesperança e falta de acesso a cuidados adequados contribuindo para esse cenário.
  • Comportamentos de risco, incluindo uso nocivo de substâncias e práticas sexuais não seguras, são prevalentes entre adolescentes e podem ser exacerbados por fatores socioeconômicos e ambientais.

Esses dados destacam a importância de abordagens integradas e baseadas em evidências para promover a saúde mental e o bem-estar dos adolescentes em todo o mundo, sobretudo àqueles em situação de vulnerabilidade social.

Intervenções, prevenção, detecção precoce e tratamentos

  • Intervenções que visam fortalecer fatores de proteção e oferecer alternativas aos comportamentos de risco, incluem atividades como psicoterapia individual e ou em grupo, treinamento de habilidades para cuidadores, programas escolares e comunitários, prevenção da violência sexual, combate ao bullying, entre outras medidas.
  • Abordagens multiníveis são essenciais, utilizando plataformas variadas como mídias digitais, escolas e comunidades.
  • É prioridade detectar e atender as necessidades de adolescentes com problemas ou transtornos mentais para evitar agravamento.
  • Evitar a institucionalização excessiva e a medicalização, priorizando abordagens não farmacológicas.
  • A medicação psicotrópica deve ser usada com grande cautela e somente para os casos moderados a graves, com supervisão especializada e acompanhamento clínico rigoroso, quando as intervenções psicossociais se mostrarem ineficazes.
  • Considerar novas abordagens, especialmente devido ao estigma associado aos serviços tradicionais. 

No Brasil, uma realidade cruel

Nós, da SOW, falamos em saúde integral justamente porque não existe saúde mental sem saúde física, sem condições básicas que garantam dignidade ao homem. Alimentação, habitação, saneamento básico são direitos negados para muitos brasileiros. Dados recentes contidos na Síntese de Indicadores Sociais, divulgados em 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que, no Brasil, 67,8 milhões de pessoas vivem em estado de pobreza e 12,7 milhões em extrema pobreza. São muitas famílias em situação de vulnerabilidade social. 

A SOW Saúde Integral entende a importância de cuidar dessas famílias e por isso oferece a quem precisa, gratuitamente ou a preço simbólico, ajuda profissional de saúde especializada. Venha fazer parte da nossa equipe, tornando-se sócio ou colaborador. Clique AQUI para saber mais.

Um mundo melhor é possível!

Fontes:  

“Saúde mental dos adolescentes” – artigo publicado pela Organização Pan-Americana de Saúde, da OMS

“Percentual de pessoas em situação de pobreza cai para 31,6% em 2022” – artigo publicado pela Agência Brasil

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